quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Hoje eu li um texto que me lembrou tanto você! Era um artigo que falava de educação, política, sociedade e mais uma miscelânea de coisas. Parecia uma daquelas nossas longas conversas, que começavam com um assunto e terminavam com outros que nada tinham em comum com o primeiro. E levavam manhãs, tardes, noites ou madrugadas inteiras. Senti uma saudade enorme de você. Uma falta imensa da sua companhia, das nossas discussões, do seu jeito de me instigar. Além de todas as saudades que você me desperta, ainda veio essa. Senti saudade de mim mesma, da mulher mais interessante e politizada que você me ajudava a ser. Quis te ligar, ouvir sua voz e falar bem isso mesmo: que li algo tão interessante, que me lembrei de você, que senti saudade, que sinto sua falta.
Mas aí me pareceu tão piegas. Meio apelativo. Até podia ouvir minha voz melosa, como uma menina, falando dessas coisas com você. E me senti boba. Coisas de mulher orgulhosa, que quer se mostrar sempre forte e madura, eu acho. Porque eu sabia que não ia ficar só no bate-papo filosófico e na saudade intelectual. Falei pra mim mesma: “Bobagem, já passou”. Eu não te liguei. Mas fiquei lendo aquele texto e pensando em cada comentário que você faria sobre ele. E me peguei olhando suas fotos e relembrando momentos, conversas e acontecimentos.
Foi então, bem quando essa onda de nostalgia se abateu sobre mim, que eu pensei que você poderia estar fazendo exatamente a mesma coisa, naquele exato momento. Quem sabe você também não tenha lido aquele texto e se lembrado de mim? Quem sabe você também não tenha parado, por um bom tempo, para olhar as minhas fotos e recordar tantos momentos bons que a gente dividiu? Quem sabe essa saudade que me inundou aqui também não te atingiu aí, te deixando com uma vontade louca de me ligar e me falar tudo isso? Quem sabe o seu orgulho machista não falou mais alto e te fez desistir? Talvez, sim. Talvez, não.
Isso, provavelmente, eu nunca vou saber. Assim como você nunca saberá o quanto esteve presente em todos os meus pensamentos hoje e o quanto ainda faz parte da minha vida, mesmo que seus passos o levem para cada vez mais longe de mim.
“Um perfume bom, propagandas de batom, fantasias pra usar no carnaval.
Roupa branca balançando no varal… Tudo me faz lembrar você! [...]

Cigarros e lábios, labirintos átomos, mudanças de tom, refrões de amor.
Janelas e espelhos, reflexos e canteiros de girassóis
Se confundem com você o tempo inteiro!

E até hoje não houve um só dia
Em que eu não me lembrasse daqueles nossos dias.
E até hoje não houve um só dia em que eu não me lembrasse de você…
(Jota Quest – Tudo me faz lembrar você)