quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Hoje eu li um texto que me lembrou tanto você! Era um artigo que falava de educação, política, sociedade e mais uma miscelânea de coisas. Parecia uma daquelas nossas longas conversas, que começavam com um assunto e terminavam com outros que nada tinham em comum com o primeiro. E levavam manhãs, tardes, noites ou madrugadas inteiras. Senti uma saudade enorme de você. Uma falta imensa da sua companhia, das nossas discussões, do seu jeito de me instigar. Além de todas as saudades que você me desperta, ainda veio essa. Senti saudade de mim mesma, da mulher mais interessante e politizada que você me ajudava a ser. Quis te ligar, ouvir sua voz e falar bem isso mesmo: que li algo tão interessante, que me lembrei de você, que senti saudade, que sinto sua falta.
Mas aí me pareceu tão piegas. Meio apelativo. Até podia ouvir minha voz melosa, como uma menina, falando dessas coisas com você. E me senti boba. Coisas de mulher orgulhosa, que quer se mostrar sempre forte e madura, eu acho. Porque eu sabia que não ia ficar só no bate-papo filosófico e na saudade intelectual. Falei pra mim mesma: “Bobagem, já passou”. Eu não te liguei. Mas fiquei lendo aquele texto e pensando em cada comentário que você faria sobre ele. E me peguei olhando suas fotos e relembrando momentos, conversas e acontecimentos.
Foi então, bem quando essa onda de nostalgia se abateu sobre mim, que eu pensei que você poderia estar fazendo exatamente a mesma coisa, naquele exato momento. Quem sabe você também não tenha lido aquele texto e se lembrado de mim? Quem sabe você também não tenha parado, por um bom tempo, para olhar as minhas fotos e recordar tantos momentos bons que a gente dividiu? Quem sabe essa saudade que me inundou aqui também não te atingiu aí, te deixando com uma vontade louca de me ligar e me falar tudo isso? Quem sabe o seu orgulho machista não falou mais alto e te fez desistir? Talvez, sim. Talvez, não.
Isso, provavelmente, eu nunca vou saber. Assim como você nunca saberá o quanto esteve presente em todos os meus pensamentos hoje e o quanto ainda faz parte da minha vida, mesmo que seus passos o levem para cada vez mais longe de mim.
“Um perfume bom, propagandas de batom, fantasias pra usar no carnaval.
Roupa branca balançando no varal… Tudo me faz lembrar você! [...]

Cigarros e lábios, labirintos átomos, mudanças de tom, refrões de amor.
Janelas e espelhos, reflexos e canteiros de girassóis
Se confundem com você o tempo inteiro!

E até hoje não houve um só dia
Em que eu não me lembrasse daqueles nossos dias.
E até hoje não houve um só dia em que eu não me lembrasse de você…
(Jota Quest – Tudo me faz lembrar você)

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

(Talvez)

Ele pode estar olhando minhas fotos neste exato momento. Por que não? Passou-se muito tempo, detalhes se perderam. E daí? Pode ser que ele faça as mesmas coisas que eu faço escondida, sem deixar rastro nem pistas. Talvez, ele passe a mão na barba mal feita e sinta saudade do quanto eu gostava disso. Ou percorra trajetos que eram meus, na tentativa de não deixar que eu me disperse das lembranças. As boas. Por escolha ou fatalidade, pouco importa, ele pode pensar em mim. Todos os dias. E, ainda assim, preferir o silêncio. Ele pode reler meus bilhetes, procurar o meu cheiro em outros cheiros. Ele pode ouvir as minhas músicas, procurar a minha voz em outras vozes.
Quem nos faz falta, acerta o coração como um vento súbito que entra pela janela aberta. Não há escape. Talvez, ele perceba que eu faço falta. Talvez, ele volte. Ou não.




A gente já se conhecia, mas nos reencontramos. Logo de começo, tudo já foi desandando e, de repente, já estava cada um pra um lado. E tua vida se afastando cada vez mais da minha, mas nunca chegamos a nos perder de vez. Você com a sua nova história e eu por aí, escrevendo a minha. Até que nossos caminhos resolveram se cruzar novamente e, dessa vez, pra valer. A gente foi se reaproximando até ficar assim, eu encostada no teu peito, você deitado no meu colo, tudo em paz. Mas nada tipo esses casais padrão de comédia romântica, a gente quase se mata e depois cuida um do outro, briga e se enche de carinho. Juntos, sempre juntos.Até que você resolveu relembrar tua velha história e eu odeio, porque detesto não ser a única nos teus pensamentos, não suporto essas partes da tua vida onde eu não era protagonista, outra era dona do meu papel. E me chateia você reviver isso no meio do meu tempo, na minha cena. Me desconcentra e eu esqueço minhas falas, perco meu foco, me perco de nós. Não estraga nossa história. Continua aqui, comigo, pra gente brigar e fazer as pazes, pra só restar mais e mais carinho no fim de tudo, como sempre. Não sai do nosso roteiro, não muda de filme. Não faz o fim da nossa trama ser aqueles sem final feliz, com a mocinha abandonada e injustiçada e todas essas coisas ruins. Não estraga, por favor.


terça-feira, 5 de agosto de 2014

O amor, abusado e espaçoso, que entra sem bater na porta e se instala é o mesmo amor, egoísta, que vai embora e leva tudo com ele. Leva o que ele construiu, o que já encontrou pronto e leva -principalmente- todos os espaços entre os dois ex-amantes. Veja só, não coube sermos amigos, não couberam programinhas num fim de semana parado. O clima pesado de te olhar e não te pertencer me angustiava, o alívio de estar feliz por estar fora de nós me esmagava. Acho que o fim de nós, também rompeu os laços, quem diria? Sempre acreditei que não. Sempre preservei a ligação especial que a gente tinha, apesar e acima de qualquer outra coisa. Mas a ligação se desligou, é uma pena. Um pouco triste nosso tudo ter se transformado em coisa tão pequena, numa história pra contar. E, hoje em dia, nem me soa como uma história bonita. Que ironia. Tanto estrago e tanto grito pras paredes. Tantas palavras que cortavam mais do que a navalha mais afiada desse planeta. Viramos cicatrizes. Odeio não ser capaz de começar a falar de você, sem terminar falando de dor. Mas não te odeio não, viu? Queria dizer que te perdoo, de verdade. Talvez não por merecimento seu, mas pelo mesmo motivo que perdoei todos os outros e vou perdoar todos os próximos: porque amor é tudo que eu tenho pra dar. Porque só sentimentos bons ficam guardados no meu peito. Se fomos imbecis, tudo bem, foi, tá feito. Mas sou tão amor, que sou incapaz de odiar.


quarta-feira, 16 de julho de 2014

Não escondo meu passado, não nego minha sina. Absolutamente tudo faz parte do que eu sou e eu passo longe de ser perfeita, deixo claro. Sim, sempre tive tendência a gostar de quem não sabia ou queria gostar de mim. Sempre fiquei um pouco mais quando isso era um desafio, nunca entrei em portas abertas. Fugi de coisas boas, porque eu banco a minha dor, mas morro quando machuco outro alguém. Me conheço e recuo. Um passo pra trás pelo bem deles, nunca por covardia minha. Sempre tive uma certeza estranha de que, quando fosse pra acontecer, nunca ia precisar de tempo pro amor nascer. Eu ia sentir, desde o começo, eu ia saber. Já me achei um tanto quanto sadomasoquista, já admiti meu vício em sofrer, já tinha me acostumado com todo esse estrago que, bem ou mal, era tudo que eu tinha e o que eu sabia fazer. E eu não vou dizer que era infeliz, porque isso eu nunca fui. Uma vampira de mim mesma, talvez. Mas eu sou tudo isso há tantos anos, não conhecia outro gosto. Muita coisa me faltava, mas eu me bastava, mesmo que de um jeito torto e com válvulas sujas de escape. E não posso esconder as cicatrizes. Não posso controlar um impulso ou outro, meus reflexos de autoproteção. Porque eu tive que me proteger a vida inteira, de muitas formas e falhei muitas vezes. Já doeu muito, não queria que doesse descontroladamente outra vez. Então me desculpa e me entende. Te amo, confio em você, acredito na gente. Me expus, deixei você entrar em todos os espaços, me joguei de verdade. Nunca quis tanto ficar, nunca fui tão feliz, nunca me doei tanto pra alguma coisa dar certo. Mas se me quer inteira, é isso. Venho sem jeito, com passado, medos, cicatrizes e um amor puro, sem fim. Fica se quiser. Me entrego, pago pra ver e você resolve se me encara assim. Corro o risco, faço minha parte e você quem decide o que quer de mim.



sábado, 5 de julho de 2014

(Se eu fosse uma fruta seria um morango. Os pontinhos são as sardas. O vermelho é meu rosto quando tenho calor ou vergonha na cara. O gosto é vezes doce, vezes ácido.)

Sou boa gente. Não sei se você concorda ou se sabe disso, mas sou boa gente mesmo. É claro que sou humana, tenho pensamentos que me traem, sinto inveja e tenho preguiça. Nunca roubei ninguém. O máximo que já fiz foi pegar umas moedinhas que meu pai deixava em cima da mesa. Mais nada, eu juro. Admiro muito quem tem bom humor o dia inteirinho. Não consigo, não é de mim. Uma pequena coisa se transforma em catástrofe no meu dia. Deve ser porque eu tenho expectativas demais, espero demais de mim e dos outros. E me frustro, te frustro, nos frustro.
Meu humor é ácido. Sou irônica, perco a paciência e o interesse em gente que não entende ironias, afinal, não entender ironias é a coisa mais desencantadora que existe. Tem gente que não gosta desse meu lado. Na verdade, tem gente que não gosta de nenhum lado meu. E agora eu estou entendendo que não tenho obrigação de ser quem todo mundo espera que eu seja. Já dá trabalho ser eu mesma, imagina ser a pessoa que você quer? Não tenho muito saco para puxadores de saco. Por favor, não puxe meu saco. Por favor, não puxe o saco de ninguém na minha frente. Acho irritante e chato. Não tenho o menor problema em emprestar coisas. Gostou da minha bolsa? Pega, leva. Gostou da minha pulseira? Tô tirando, toma aqui. Sou assim. Por isso, muita gente interesseira já se aproximou de mim - o que me deixou rebelde e mais ácida.
Só tenho apego ao que é "meu" emocionalmente. Pode levar minhas coisas materiais. Mas não encosta na minha família, meu amor e amigos. Viro bicho. Protejo. Defendo. Amo. E sinto muito, muito ciúme. Sou ciumenta assumida. Tenho até carteira do Clube das Ciumentas Reunidas. E não acho que isso seja sinal de insegurança ou infantilidade. Como diz minha avó "quem ama cuida".

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Sumi porque só faço besteira em sua presença, fico muda quando deveria verbalizar, digo um absurdo atrás do outro quando melhor seria silenciar, faço brincadeiras de mau gosto e sofro antes, durante e depois de te encontrar. Sumi porque horrível não ter presente e o passado ser mais fluido que o ar. Sumi porque não há o que se possa resgatar, meu sumiço é covarde mas atento, meio fajuto meio autêntico, sumi porque sumir é um jogo de paciência, ausentar-se é risco e sapiência, pareço desinteressada, mas sumi para estar para sempre do seu lado, a saudade fará mais por nós dois que nosso amor e  minha desajeitada e irrefletida permanência.


sábado, 8 de março de 2014

Tem coisa que não sei explicar direito. Ou então, talvez seja esse o caso, não sei me fazer entender muito bem. É que acho que a gente não precisa pedir atenção. Sinceramente, é isso que eu acho. Atenção é grátis, cuidado idem, carinho também entra nesse pacote. A gente gosta de alguém, então cuida da pessoa, se preocupa, quer o bem, ouve, dá afeto e fica tudo numa boa. Nos poucos minutos que você conversa com a pessoa, a atenção deve ser voltada para ela. Sabe aquela história de exclusividade? Isso mesmo. Não gosto quando não prestam atenção no que digo. Acho que soa descaso. Também acho que é uma espécie de descaso saber que alguma coisa vai errado e fingir que tudo está perfeitamente em ordem. Costumo falar o que sinto. É claro que quando a gente fala acaba ouvindo. Mas as pessoas precisam se colocar nos dois lados da história. Atualmente, todo mundo só olha para si mesmo. Cadê o outro? Cadê?
Costumo priorizar quem é importante na minha vida. Não sei se isso é erro ou acerto, sei que faço. Dou o meu lugar, faço sacrifício, faço o que não gosto. É claro que não me traio. Mas você entende o que quero dizer? Priorizo quem vale à pena. Daí, vez ou outra, a frustração bate na porta. Será que em algum momento sou mesmo prioridade? Desculpa, é que a gente sem querer espera. Somos bichos, humanos, damos amor e esperamos amor de volta. Entende? Se a pessoa que eu gosto está passando por uma situação delicada ou um momento difícil, vou ficar ao lado dela. Mesmo que o meu trabalho seja importante, mesmo que o Papa venha falar comigo. Não vou arredar o pé. Mas se por acaso eu precise mesmo, absurdamente, desesperadamente sair de perto dela, tudo bem. Vou me fazer presente de todas as formas. Não vou virar as costas, afinal de contas, o outro necessita de mim. Mas se for preciso sair de perto, vou me esforçar de todas as formas para o outro se sentir seguro. 
Sempre tive uma teoria: tempo é uma coisa que a gente arruma. A gente adianta o relógio, faz qualquer coisa. Ainda mais quando isso envolve quem a gente gosta. Imagina, se você está com a pessoa, você quer que aquele momento seja ótimo, seja bom, seja gostoso. O problema é quando você usa o tempo para nada. Ao invés de estar junto, acaba ficando mais distante ainda. Não, eu não sou romântica demais. Por sinal, acho que dia a dia perco um pouco do romantismo. Só me preocupo com o bem-estar do outro, com o que vai dentro dele. Sentimento é uma coisa importante, precisa de cuidados especiais. Não dá pra jogar para o universo, a gente precisa tomar conta como se fosse um filhotinho de cachorro, delicado, pequeno, frágil. Mas talvez só eu pense dessa forma.


Hoje eu quero falar sobre você e sobre tudo aquilo que me maltrata por dentro. Sabe, são tantas coisas. Acredito que você também tenha as suas mágoas escondidinhas em um canto do peito. Poucas vezes te vi chorar. Muitas vezes te vi calar e guardar. Sempre achei melhor colocar as coisas para fora, gritar, explodir, falar, conversar. Mas existe algo que me deixa muda. Nunca consegui falar sobre os meus sentimentos mais profundos para você. Algo me travava. Hoje resolvi dizer.
Escrevo porque você tem muita importância na minha vida. Não quero que a gente se perca. Não quero que a gente se afaste. Eu não entendo seu jeito racional, você não compreende minhas emoções e isso não precisa ser um problema. Sabe, eu só queria ser boa. É, é isso mesmo. Eu queria ser boa o suficiente para você se orgulhar de mim. Por isso, queria chamar a sua atenção. Queria um elogio, algo assim. Queria que você lesse meus textos, se orgulhasse das minhas conquistas. Mas você se detém nos meus tropeços. Usa escudos, não se aproxima. Usa a palavra para me repelir. Você não sabe o quanto me magoa a cada vez que me agride com as palavras e não entende a minha subjetividade. Eu queria os seus braços abertos. Queria colo, atenção, queria que pelo menos uma vez você secasse as minhas lágrimas. Sabe, sempre tive vergonha de chorar na sua frente. Me sinto boba, quase infantil. Antes, eu saía, batia portas, me escondia, chorava. Sempre esperei que você fosse atrás de mim, me abraçasse. Meu Deus, quantas vezes esperei por um abraço que nunca veio. Tenho defeitos. Muitos deles. E você sempre me apontou cada um. Por favor, entenda que você tem defeitos também. Sei que errei ao tentar ser perfeita e andar em linha reta. Sei que errei ao passar grande parte da vida tentando ser alguém. Sei que tenho minha parcela de culpa. Ei, existe culpa nisso? Você tem um coração tão bom, é uma pessoa tão cheia de qualidades e bondade. Mas você não sabe lidar com emoção, tem uma couraça, uma casca, um escudo, se protege talvez de você mesmo. Por favor, se abra para a vida, pra mim. Vejo você e penso ele-tem-amor-pra-dar. Mas cadê esse amor todo? Cadê o olhar terno e cheio de carinho e orgulho? Tento lembrar quando você disse que eu era bonita ou inteligente ou engraçada ou legal ou sei lá, alguma coisa boa. Eu quase não lembro mais. Desculpa, eu não consigo lembrar! Isso me dói tanto. Lembro de antes. De muito antes. Você teve tanto amor e cuidado um dia. Eu só queria me sentir importante para você, sabia? Minha vida inteira busquei isso, busquei admiração. É essa a palavra: queria que você me admirasse. Admirasse meu trabalho, minhas escolhas, minha força. Há pouco tempo, passamos por uma situação bem difícil que me fez um mal absurdo. Durante algumas semanas pensei que não ia aguentar. Mas vi o quanto sou forte e capaz de encarar as adversidades, os contratempos. Talvez você não saiba o quanto aquilo me marcou, o quanto eu sofri. Dormia chorando todas as noites, mas acordava e te ouvia. Era exatamente isso que esperava de você: seu ombro. Mas eu tenho vergonha de pedir, eu não sei pedir e não sei se você sabe se dar, se doar. Largue as armas, os escudos, os disfarces. Hoje, estou mais madura e um pouco mais serena. Eu sou essa que você está vendo e, sim, tenho falhas. E, sim, sou pura emoção. Tenho algumas cicatrizes, feridas que não fecharam direito, raivas, coisas mal resolvidas. Quero me livrar disso tudo e seguir em frente. Preciso resolver isso e seguir no caminho que escolhi para mim. Espero que você se livre das coisas ruins e me acompanhe também. Nunca é tarde para aparar arestas. Vem.


terça-feira, 4 de março de 2014

Não entendo por qual motivo carrego tantas culpas. Às vezes meus passos parecem pesados, bem como minhas costas. Sinto que levo comigo pesos imensos que me trazem medos intensos. Só que agora não dá mais para continuar assim, rastejando pelo chão de cansaço e fraqueza. Quero me despir, me livrar do que já não cabe, do que não presta, do que não me faz feliz. Quero conseguir viver em paz de novo, me sentir livre, leve e serena outra vez. Não sei conviver com tristezas sem nome. Desculpa se não sou quem você espera. Eu tenho falhas e fico me criticando o tempo todo, me punindo, não me permitindo saborear pequenas doses de felicidade. Isso me bagunça, me agita e aterroriza. Sei que todo mundo tem seus demônios, mas ultimamente os meus andam me espetando a cada segundo. E isso tem me doído. Não entendo porque não tenho conseguido ser como as outras pessoas e desfrutar os pequenos momentos felizes. Não entendo porque agora tudo parece conturbado, distante, abstrato. 
Desculpa se te magoei, decepcionei, não fui bem aquela que você pensava que eu seria. Mas agora nem eu sei quem sou. Na vida a gente faz tantas escolhas, não é verdade? E muitas vezes uma escolha aos olhos do outro é errada. Muitas vezes um caminho aos olhos do outro é tortuoso. Mas eu quero caminhar com minhas próprias pernas, me quebrar se preciso for, me estatelar no chão, me juntar e recomeçar. Não, eu não quero ser sozinha. Preciso dos outros pra viver, sou humana. Tenho que aceitar que precisar do outro não é errado ou feio. Desculpa se não consigo pedir ajuda quando preciso tanto. Tenho um ego bobo que se sente ofendido quando estico a mão à procura de outra mão para me acolher. Sempre detestei ser um peso, uma inconveniente ambulante, alguém que não é capaz de lidar com as próprias confusões. 
Olha, me desculpa se eu fico pedindo desculpa a todo instante, ainda não sei precisar e me sentir bem com isso. Quando preciso acho que estou fraquejando, sendo covarde. Sei que é bobagem, sei que não sou heroína de história em quadrinhos, sei que ninguém é forte o suficiente para viver só. E eu não sou. E quer saber mais? Ando a fraqueza em pessoa, com uma tristeza que toma conta do meu corpo. Nunca fui triste, não sou triste e não sei administrar esse sentimento que chegou e se instalou em mim. Não consigo controlar meus próprios pensamentos, minhas sensações, meus sentimentos. Não consigo lidar com esse medo que me estrangula, me enforca, me sufoca diariamente. Não consigo mais não chorar quando algo me machuca por dentro. Não consigo encontrar um abrigo ou esconderijo onde eu me sinta segura. Por isso, fico insegura o tempo inteiro, angustiada, esperando qual a próxima coisa horrorosa que vai acontecer. Porque esse troço ruim no peito me invade mesmo que eu faça uma força violenta pra que ele fique longe de mim. Isso se chama angústia. Desculpa se divido tudo isso com você, se lágrimas rolam do meu rosto, se minha voz gagueja, se meu corpo treme, se eu ando assim, meio amortecida, meio diferente, meio inconstante. Desculpa se não consigo encontrar o caminho de volta, algo que me livre dessa culpa (que nem sei bem por qual motivo existe e vive) que corrói. Só te peço uma coisa: não solta a minha mão e me ajuda, já que preciso me perdoar.


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Só por hoje não vou chorar. Nem me desesperar. Nem achar que tudo está perdido. Nem pensar que meu problema não tem solução. Só por hoje vou tentar olhar para o lado. Ver que sempre tem alguém precisando de um abraço mais apertado, de um olhar que sorri, de um ouvido que escuta.
Só por hoje não vou julgar a vida alheia. Vou procurar ser mais compreensiva, me colocar no lugar do outro, tentar entender tudo que ele traz consigo. Só por hoje vou manter a ansiedade guardada no fundo da bolsa. Vou procurar viver o agora. Não pensar no que pode acontecer e no que foge do meu controle.
Só por hoje não vou lamentar. Não vou me queixar de bobagens diárias ou de dores do passado. Pelo contrário: vou agradecer todos que me aceitam exatamente como sou.
Só por hoje vou procurar as belezas que se escondem em mim, no dia cinza, atrás daquela porta que dá para o futuro.



terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Antes de lhe conhecer eu sempre quis alguém assim, como você. Alguém que fosse tudo de lindo que você é. Alguém que tivesse tudo de mágico que você possui. E eu ganhei um presente: você. De um modo incomum, de um jeito estranho, mas real. É que parece que quanto mais eu escrevo sobre nós, mais eu preciso escrever. O que você faz comigo hein? Como você consegue me deixar assim? Não, eu nunca me senti assim. Não desse jeito. E eu não vou deixar você ir, nunca. E muito menos irei embora também. Não quero que você me largue. Não quero te largar. Você é o meu porto seguro. Porque eu sei que vai estar aqui por mim. Sempre me espera. Sempre me acalma. Não leva tudo o que eu digo a sério e me perdoa se eu erro. Você está aqui, até quando eu não mereço ou não espero. Acho que o “pra sempre” é o tempo ideal pra curtirmos nosso amor. Eu sou tão feliz em dizer como a vida é maravilhosa, já que você está comigo. E pra te falar ainda mais a verdade, eu acho mesmo que você foi o príncipe que eu esperei a vida inteira. Porque eu te juro, de todas as coisas do mundo, eu só queria olhar pra você. Eu escolheria você. Se me dessem um último pedido, eu escolheria você. Mas eu amo você. Só queria terminar dizendo isso. Eu amo você. De verdade.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Do ponto de vista biológico, uma vacina traz em sua composição parte do mal causador. Ou seja, até o soro, precisa do veneno. Ninguém vai conseguir ser plenamente feliz, se é que alguém consiga alcançar tal estágio de evolução, sem ter dias ruins. Sem dormir chorando de vez em quando...




quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Eu gosto da nossa rotina, das nossas piadas, dos nossos silêncios, das nossas reticências, das nossas risadas. E gosto, também, das nossas brigas. A gente aprende com elas. Eu descubro mais sobre você e conheço outras partes minhas. Aquelas partes que a gente não mostra por vergonha. Reconheço o som do meu grito, vejo minha cara de raiva e meu olhar que assusta quando algo incomoda. E te percebo por inteiro. Seu tom, sua reação, sua ação. Suas verdades. E assim a gente vive junto, passando por obstáculos, derrubando o que vem pela frente. E assim vamos ficando mais amigos, mais amantes, mais enrolados um ao outro.
É bom me enrolar com você. Não falo apenas das nossas pernas entrelaçadas quando assistimos um filme e comemos bobagens. Falo de sentir o calor, de olhar para você enquanto dorme, de ver seu sorriso de canto de boca quando eu passo a mão pelo seu rosto quando você está de olhos fechados. E meus dedos fazem aquele barulhinho bom quando roçam na sua barba. E a gente fica assim, colado, agarradinhos. Eu sei, sei que a vida continua enquanto a gente dorme um sono profundo e sonha com o que virá. Mas pra mim as coisas param cada vez que te olho. E eu sei que por mais que o tempo passe vai ser assim. Porque é amor o que eu sinto e sempre vou sentir por você, meu Príncipe.





...and I know I'm not alone.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Mudanças...

Sair da zona de conforto e admitir que uma escolha já feita e consolidada não te causa mais frisson, é difícil. Medos, inseguranças, questionamentos. Todos os pontos de interrogação de todas as literaturas parecem personagens de desenho animado. Ganham vida e te perseguem até nos momentos mais, digamos, íntimos.
Pés no chão, cabeça pensante, vamos lá. Precisamos mudar, reagir.

-"Ei menina, isso não te faz mais feliz. Vai lá, vai fundo. Te arrisca. Dá a mão pra quem te protege e vai lá! Levanta daí e vai buscar tua felicidade!"



sábado, 8 de fevereiro de 2014

Caminho em frente pra sentir saudade 

Preparar, atirar...

Tudo o que faço é na esperança de um dia ver que tudo deu certo. Mesmo com muitas coisas dizendo que não, ignoro todas essas vozes e tenho feito a minha parte. Estou olhando pra coisas novas, coisas que me farão crescer. Estou com um novo horizonte, estou com um novo foco, com um novo objetivo. Estou tentando me encontrar, e aos poucos vejo que estou conseguindo. Está na hora de caminhar, está na hora de seguir sem medo. Deixei meus medos, tristezas e rancores para trás. Peguei minhas esperanças, sonhos e coragem, respirei fundo, apontei para o alvo e atirei...


Eu só quero que as coisas fiquem em seus devidos lugares, quero ter força pra suportar. Quero que tudo aconteça como tem que acontecer. Quero confiança.
Quero amor, todo amor que eu puder ter. Mas só se for o verdadeiro. Quero alcançar aqueles objetivos que a tanto tempo procuro alcançar. Quero poder ficar tranquila, sem aquele peso horrível no coração. Quero aprender a saber em quem confiar. Quero verdade. Quero poder sentir que pelo menos uma coisa deu certo de verdade. Quero perder as inseguranças.
São tantas, mas tantas coisas que eu quero. Eu quero poder criar raízes, coisa que até hoje não consegui. Se algo me irrita uma vez, eu logo já deixo de lado, não procuro compreender, ou tentar entender. Sempre quis ter asas, mas de que adianta ter asas se não tenho onde pousar? Quero encontrar algum lugar em que eu me sinta segura em ficar. Quero isso. Estou tentando fazer com que esse seja o meu lugar seguro, fazer com que você seja meu lugar seguro, mas pra saber, vou ter que esperar. Então pra isso, quero mais uma coisa: paciência.